Esperança começou a pastorear cabras e ovelhas do patrão aos sete anos. Criada e violada num monte alentejano, descobre que tem jeito para endireitar ossos e tendões. O 25 de Abril fê-la revolucionária e pô-la na primeira fila para ocupar a herdade onde vivera. Mas as ilusões desvanecem-se e resta-lhe ir para Lisboa, onde (re)encontra o amor da sua vida, mas também conclui o curso, se torna professora e “endireita” para amigos e conhecidos.
Guilherme, capitão miliciano e depois advogado, além de chefe num gabinete da administração e exímio guitarrista a acompanhar fadistas, nunca esqueceu Esperança e, por isso, quando os dois se encontram, criam uma ligação tão forte que é capaz de acolher nas suas vidas duas outras mulheres, Lucy e Tóia, repartindo entre os quatro um amor sem medida.
Romance arrojado, atentatório duma certa moral cristã ocidental, “Amor a quatro” é, acima de tudo, uma exaltação daquilo que o amor já poderá ter sido nos primórdios da inocência humana.