Uma poesia de sínteses, de comunhões de contrários, de absurdos e comezinhos, de ideais e realidades, de rasgos de montes e de abandonos interiores, de posses e desprendimentos, de mulheres desejadas e homens cheios de tesão, de volúpias e flautas de Pã, poesia máscula cantando o amor.
Na verdade, a linha que une todas as pontas soltas de uma poesia vibrante e possante, eivada de telurismo e fogosidade, mas também de candura e sublimação, é mesmo o amor. E sem subterfúgios nem tibiezas, nem cedências ao politicamente correto, onde os sexos nadam na promiscuidade sem pátria nem rosto nem definição, é de amor de homem pela Mulher de que falamos. Isso mesmo, Mulher, com maiúsculas, ponto para onde fluem todas as energias do sujeito poético; ponto para onde devem fluir todas as energias de um homem, gritando para uma Ela: “Queria-te aqui hoje”.