Sinopse
Cãodómino é uma espécie de fábula moderna, em que, sob a voz de dois cães que percorrem a vida do Porto cidade do mundo, desnudando-a nas suas facetas mais misérrimas mas também donde brotam alguns pingos de dignidade humana, e desnudando-se também a si próprios, quer na condição de desiludido e deserdado – um deles – quer na de rebelde e trânsfuga do lado favorecido dos homens – o outro –, nos encontramos a nós próprios, cidadãos de um espaço e de um tempo onde as linhas que delimitavam os caminhos dos homens foram rompidas, para dar lugar a um imenso universo de escolhas onde a própria ideia e imagem sobre a qual cada um se vê e se constrói é tão difícil de encontrar como o célebre Wally na multidão de caras/opções.
Resta, contudo, o riso amargo que irrompe do acto de olhar a vida sob a perspectiva de dois cães… ou de nos vermos no seu olhar.
Cãodómino é uma brincadeira séria, editada pela primeira vez no Brasil e apresentada na Bienal de S. Paulo em 2008, num “a propósito” de férias, e aborda a homossexualidade. Não nasceu com o objectivo de ser livro, até às primeiras 26 páginas, que hibernaram no meu computador durante oito anos, me arrancarem uma boa gargalhada e lhe darem esse destino.
Não é um romance, parece-se mais com uma fábula, mas não sei bem o que é. As personagens centrais são dois cães, um vadio e outro fugitivo, cuja história emoldurei com a cidade do Porto e com um pedaço do mundo em geral.
Relativamente à edição brasileira, esta sofreu algumas correções e pequenos cortes ao nível da linguagem que, sem perder na ironia, contém, apesar de tudo, ainda bastante calão, não deixando também de ter um lado de grande sensibilidade.
Olhar a vida sob a perspectiva de dois cães pode ser fascinante.
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